segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Grupo Especial 2013 - Noite Mágica De Domingo

Após assistir os 19 desfiles na Série A (Grupo de Acesso), era chegada a hora do Grupo Especial passar pela Sapucaí no carnaval 2013. Presente no setor 10, o blogueiro se encantou, se emocionou, vibrou, enfim, teve uma noite mágica diante do "maior espetáculo da Terra".

Vamos aqui fazer alguns comentários com enfoque naquilo que foi visto de lá da arquibancada. Posteriormente, tive acesso a informações sobre fatos ocorridos em pontos do sambódromo onde não fui capaz de perceber os acontecimentos relatados. Acontecimentos, leia-se problemas.

Faço questão de registrar, porém, o quanto lamento - e lamento profundamente - a postura da emissora Rede Globo de Televisão em como lidar com esse tipo de situação. A "profissional" Ana Paula Araújo chegou ao cúmulo de expôr e salientar os imprevistos para criar desconforto absolutamente descabido, desnecessário e fora de contexto naquele que era o maior responsável pela festa maravilhosa que foi o desfile da Unidos da Tijuca, o carnavalesco Paulo Barros. Convidam o sujeito para participar da transmissão, ele atende prontamente mesmo após vivenciar momentos de euforia e tensão e é assim que o recebem? São essas as boas-vindas? Se houvesse um código de ética regendo a organização, era caso para demissão por justa causa. Lamentável.

Inocentes de Belford Roxo

Gostei do desfile da estreante no Grupo Especial, principalmente dos primeiros setores. A comissão de frente foi impactante na apresentação arrojada dos acrobatas e mais ainda na performance precisa das doze criaturas que representavam o zodíaco oriental. O ótimo e bem vestido casal composto por Rogerinho e Lucinha também deverá render boas notas à agremiação belford-roxense.

A alegoria "Ancestralidade" (segundo carro da escola) era belíssima. O 6º carro ("A fé refletida na paz de um lugar"), infelzimente passou apagado por grande parte da avenida. Acredite se quiser, logo após tirar uma foto dessa bonita alegoria, tcharam!, as luzes se acenderam. Talvez fosse melhor para a Inocentes se eu estivesse no setor 1...

Acadêmicos do Salgueiro

Foi uma aula de como se fazer carnaval com irreverência, bom gosto e originalidade. A começar pela comissão de frente, de leitura fácil e agradável. O abre-alas, no estilo raitéqui característico do carnavalesco Renato Lage estava também muito interessante. A famosa bateria Furiosa veio homenageando Che Guevara, com uma fantasia que deixou os ritmistas de mestre Marcão bem à vontade para desfilar.

Com alegorias caprichadas, alas belíssimas (a das baianas foi de longe a mais bonita da noite) e uma evolução sem problemas aparentes, não tenho dúvidas de que o Salgueiro retorna sábado. E bem posicionado.

Unidos da Tijuca

Da comissão de frente novamente surpreendente ao último carro alegórico, Paulo Barros trouxe uma apresentação para mais uma vez guardarmos na memória. O carro "A floresta encantada" estava primoroso. Alas como a da montagem automobilística e da confecção da torta alemã são para entrarem na história da Marquês de Sapucaí.

Soube depois que houve problemas, incluindo dificuldade para colocar o abre-alas dentro da avenida, desmaio de componente de alegoria, princípio de incêndio. Onde estive, pude perceber que a evolução da escola foi irregular. Mas, mesmo assim, foi a melhor apresentação, aquela que mais entreteve e envolveu o espectador. Um espetáculo mesmo. Coisas que o carnaval deve ao Paulo Barros.

União da Ilha

Cativou pela singeleza da homenagem ao poeta Vinícius de Moraes. Entrando na Sapucaí após as passagens vigorosas de Salgueiro e Tijuca, o carnaval de orçamento menos pomposo trazido pela agremiação insulana não causou o mesmo impacto visual que esses dois desfiles antecendentes. Mas a mensagem foi passada com clareza e bom gosto.

O conjunto das fantasias foi o ponto alto do desfile, que trouxe alegorias majoritariamente simples. Destaque para a original "Arca de Noé" (6º carro da escola), que desembarcou os animais na avenida e veio representada como se fosse um caderno em movimento.

Mocidade

Contagiou. O samba-enredo funcionou de maneira formidável, mesmo com sua letra um tanto restrita e carente de poesia. Deve ter sido o casamento poligâmico entre o ótimo canto do intérprete Luizinho Andanças, a energia dos componentes da escola, a fácil e feliz leitura do enredo desenvolvido por Alexandre Louzada e, talvez principalmente, a performance arrebatadora da bateria Não Existe Mais Quente.

O carro abre-alas foi uma atração à parte, com as estátuas da liberdade segurando guitarras com a estrela símbolo da agremiação e fazendo bolas de chiclete, com direito ao "ploct!". Um estouro! Mesmo com as restrições orçamentárias (não sei onde foi parar - se é que veio - o tal investimento do Rock In Rio no desfile), a escola conseguiu empolgar. Resta saber se terá a aprovação dos jurados para tentar voltar no sábado das campeãs, coisa que não acontece há muito tempo em Padre Miguel.

Portela

Comissão de frente "lugar-comum", águia bastante modesta no abre-alas e fantasias de pouca criatividade mostraram que as coisas não caminham bem pelas bandas de Madureira. De toda forma, a homenagem ao bairro teve alguns momentos interessantes, como a alegoria "O partideiro que versou no Mercadão". O 2º casal de mestre-sala e porta-bandeira juntou Portela e Império Serrano, num casamento bonito e muito feliz.

Não sei até que ponto isso se deve ao fato de a escola desfilar depois do explosivo desfile da Mocidade, mas o que me pareceu é que a Portela passou mais fria do que o habitual. Foi a apresentação mais fraca da noite. Atrevo-me a dizer que se não tivesse o nome que tem, estaríamos falando de uma forte candidata ao rebaixamento. Mas ter 21 estrelas no pavilhão não é pouca coisa não, e como cabeça (ou caneta) de jurado é um negócio misterioso, pode acabar conseguindo uma colocação razoável.

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